O blog é sobre cinema, mas vi essa foto de uma saladinha que comi em agosto do ano passado e deu desejo – salada verde com salmão defumado e vou passar a receita aqui para vocês.

1) picar as alfaces com as mãos (de preferências limpas);

2) um tomate italiano beeeem maduro;

3) sal grosso e pimentas moídos na hora;

4) 100 g de salmão defumado (vende no Pão de Açúcar pronto para o consumo)

5) azeite (bastanteeee)

6) pão integral torrado e um limão siciliano para finalizar (e vinho branco – claro)

Assunto. A falta de.

Esse fenômeno já percebo a um bom tempo: a falta de assunto das pessoas. Vejo isso cada dia mais e morro de medo que aconteça comigo. E o dia que acontecer, certamente terei que rever alguns conceitos.

Claro que o mundo moderno está uma chatice em termos culturais, nada tem me empolgado nesse sentido (com exceção do Christophe Honoré e do François Ozon que ainda me faz ver uma luz no fim do túnel)…a tentativa é disciplinar o tempo que temos e ler mais, nos informar mais, nos divertir mais….ando um pouco sem saco para telejornal e jornal em papel, cansei de tantas desgraças e corrupções e quando o assunto é esse (tenho vontade de sumir).

Ontem por exemplo, achei trágico esse acidente da Air France – mas não quero ler nada mais sobre o assunto – um dia basta. E vira uma maluquice, consigo imaginar famílias com seus baldes de pipoca gigante e refrigerante assistindo o noticiário como se filme fosse. Medo!

Talvez esteja sentindo falta de ir para um lugar onde não conheça ninguém e nem fale a língua – ano passado em Israel algo assim aconteceu – e foi uma delícia – por acaso, alguém já experimentou ser sua própria companhia por muito tempo? Fiquei 30 dias longe de tudo e de todos…e até hoje não tive uma experiência melhor na vida.

Outra coisa que me tira do sério – a programação aberta da TV brasileira – tem como ser pior? Como as novelas chegaram nesse ponto? Dá uma vergonha alheia tão grande, que passo longe.

Talvez esteja Danuza Leão (musa) demais. Mas prefiro me agarrar ao antigo, porque esse mundo moderno não dá…

Esses dias estava pensando sobre um assunto polêmico que a gente convive, o dvd pirata.

Não vou ser hipócrita e falar que nunca comprei e que nunca fiquei tentado – adoro cinema, mas nem todo dia estou disposto a sair e acho ótimo chegar em casa depois da academia e colocar um filme legal – mas nunca me senti bem fazendo isso – mas fazia.

Até que decidi não fazer mais – acho que um pouco de ética no dia a dia não faz mal a ninguém. E nas pequenas coisas, como o assunto aqui é cinema, decidi que vou esperar o filme chegar em dvd, ou vou deixar a preguiça de lado e ir ao cinema. Mas dvd pirata, nunca mais!

Temos que começar a pensar nessas coisas, tudo bem que cinema é uma grana, que os dvds são caros para comprar, ou alugar, que existem pencas por aí a 5 reais, mas compactuar com isso não é legal – alguns valores a gente tem que tentar desenvolver – e confesso que nem é tão difícil assim.

Em novembro do ano passado comecei a fazer separação do lixo lá em casa -no início a gente acha difícil, chato, mas depois a gente pega o ritmo e não consegue fazer diferente (eu ainda comprei uma lixeira incrível, de design e tudo….).

Falo isso, porque devemos pensar nas pequenas coisas, nas gentilezas, no próximo, só assim o Brasil vai crescer. Nunca vi muita graça nesse jeitinho brasileiro, sempre respeitei fila, sempre espero as pessoas saírem do elevador (para só assim entrar – isso é raro, reparem!), não jogo lixo no chão, não ando pelo acostamento, não paro em vaga de deficiente, nem de idoso…e por aí vai.

Às vezes somos tidos como chatos, mas eu acredito tanto em gentileza – acho tão mais fácil. Não confundam com intimidade – essa só dou para quem eu quero (que são poucos). Mas ser gentil, educado, respeitar os outros é algo que as pessoas deveriam aprender mais.

Não faz mal a ninguém…..e torna o mundo melhor e mais fácil de viver.

Momentinho paparazzi: Valéria Bruni-Tedeshi e seu namorado, Louis Garrel.

Ela é super talentosa, musa do diretor François Ozon, atriz, diretora. Além de irmã de Carla Bruni….

O último filme do final de semana foi esse da foto, já comentado aqui no blog – Lição de Amor – um filme bobinho, bobinho mesmo – mas delicioso. Ideal se você quiser relaxar de tanta notícia ruim dos telejornais (ainda em choque com a notícia do avião da Air France – terrível).

Mas voltando ao filme – que conta um romance de gerações diferentes, ele um bem sucedido publicitário de 37 anos e ela, uma adolescente de 17 – ambos funcionam bem em tela, ele de uma beleza assim de tirar o fôlego – ela uma graça também.

E o charme final, fica com o idioma….que é irresistível. Filme leve, bem feito, com atores lindos (cá entre nós, essencial num filme de amor).

Como eu sempre brinco aqui, todo país tem o seu Louis Garrel que merece, o do Brasil, na minha opinião é o ator Selton Mello, um dos mais brilhantes da sua geração.

Apesar da minha implicância com o cinema nacional – já disse aqui que não tenho a menor obrigação de gostar e mais de 80% das produções realizadas no país – não me agradam e nem empolgam.

Mas isso não tira o mérito dos diretores brasileiros, nem dos atores – e tiro o chapéu para o Selton, acho ele fantástico – pois essa semana ele é capa e destaque da Veja Rio, que conta a história do rapaz até hoje. Vale dar uma olhada.

Outra coisa que gostaria de comentar, andei recebendo uns comentários bem maldosos, ofensivos até, deixo claro que o blog é um espaço meu – onde escrevo o que me dá na telha, claro que tenho um respeito enorme por quem entra, fico feliz com a interação (adoro uma discussão sobre cinema) e tento passar um pouco do meu conhecimento sobre cinema, arte e afins, mas acho que tudo tem um limite.

Aqui, vou continuar a dar a minha opinião. Afinal, é um blog. Acredito muito na transformação do ser humano pela arte – principalmente quando ela toca. E cinema é uma arte rápida e visual. E a minha preferida.

O filme do final de semana, porém, foi Segredos e Mentiras, do diretor Mike Leigh (o mesmo do recente Simplesmente Feliz).

Desde que comentei com um amigo inglês que havia gostado de Happy Good-Luck, ele me falou então sobre Segredos e Mentiras. O filme é de 1996 e na época foi indicado a 5 Oscars e fez muito sucesso nos festivais mundo afora.

O filme é incrível – de levar às lágrimas mesmo – adoro filme que foca em conflitos familiares (família é sempre um prato cheio). O dessa família em especial é muito bem mostrado. A mãe frustrada, que no passado entregou uma filha para adoção e guardou segredo a vida inteira – não se dá com a filha que teve anos depois, uma gari bem rebelde e grosseira – um irmão frio e distante – e uma cunhada que ela morre de inveja, e naturalmente odeia.

Um belo dia, a filha que ela abandonou, resolve procurá-la e aí o filme engrena…..fazia tempo que não assistia algo tão bom. Excelente! Aliás, estou apaixonado pelo trabalho desse diretor.

Sinopse – by adorocinema

Hortense Cumberbatch (Marianne Jean-Baptiste) é uma mulher negra que foi abandonada quando criança, sendo adotada por uma família. Quando sua mãe adotiva morre, ela decide partir em busca de sua mãe biológica. Só que sua mãe é branca e a teve quando era uma adolescente rebelde, algo que sua atual família não sabia.

Meu computador deu problema esse final de semana e não consegui postar – como a gente fica refém de uma máquina, não? – mas enfim, problema resolvido, vou falar dos filmes do final de semana – foram 3 – 1 no cinema e 2 em dvd.

O filme da foto é uma comédia divertidíssima, da qual já havia escutado falar, mas confesso que me surpreendi quando vi na minha locadora – o filme – Uma família diferente – cujo nome original é muito mais interessante (Breakfast with Scot – numa clara referência ao filme com Audrey Hepburn) conta a história de um casal gay bem discreto formado entre um advogado e um jornalista esportivo (e famoso ex-jogador de hóquei no gelo).

Um belo dia, com a morte da mulher do irmão de um deles, acabam por ter que receber em casa, o filho dela, Scot, um menino de 11 anos de idade…. e aparentemente gay.

Pois aí que está o barato do filme, apesar de gays, eles não sabem lidar com toda a alegria do garoto, fã de musicais e de um bom shopping center.

O garoto lembra um pouco o menino de Ugly Betty nas atitudes, o filme, apesar dos clichês típicos e com um roteiro que merecia ter sido mais bem trabalhado, consegue divertir e arrancar boas gargalhadas. Eu adorei.

Finalmente saiu o cartaz do próximo longa de Lars Von Trier, com a francesa Charlotte Gainsbourg no elenco.

Eu não sei se gosto dela. Acho ela mega sem sal. E os poucos filmes que eu assisti, não achei nada muito especial. O fato de ser filha de dois mitos, do cantor Serge Gainsbourg e da atriz Jane Birkin fez dela uma das atrizes mais assediadas pelos grandes diretores.

Charlotte ainda é cantora, modelo, ícone de estilo e uma espécie de Julia Roberts local. Bom lembrar, que a França produz mais de 400 filmes por ano, mas desses realmente uns 20 valem o ingresso.

O último filme de Lars foi O grande chefe – uma comédia bem sarcástica, ótima por sinal.

C.R.A.Z.Y., Loucos de Amor – Jean Marc Vallée.

Sou apaixonado por esse filme – vi tantas vezes, bonito mesmo, sensível, bem dirigido e com uma ótima fotografia.

Conta a história de uma família tradicional do Canadá, composta pelos pais e 5 filhos (meio clichê a idéia), mas cada um com uma personalidade diferente, o mais velho intelectual, o segundo rebelde, tem o esportista, o gay e o sem sal. O filme foca mais na relação do filho gay e seu pai.

A trilha sonora é absurda, David Bowie, Pink Floyd, Patsy Cline, Rolling Stones….

Se não assistiu ainda – alugue, pois o filme é incrível. Cinema pop da melhor qualidade. É impossível assistí-lo e não se identificar com alguma cena.